ALERTA DE TENDÊNCIA: Brazilian Core

A estética caracterizada por camisetas de futebol, jeans desgastados e tênis ganhou um upgrade graças à uma rede social chinesa da qual se originam as macrotendências mais díspares dos últimos tempos. Tudo começou com um tweet alegando que os formadores de opinião estavam flertando com o esquema de cores da bandeira brasileira, e com as camisetas de futebol da seleção, uma ação apoiada pelo TikTok, onde a hashtag #OBrazilianCore conquistou mais de 10 milhões de visualizações, principalmente reproduzindo estilos femininos de street style em uma profusão de amarelo, verde e azul.

A tendência se baseia no nacionalismo que une os cidadãos brasileiros em um momento histórico crucial para o país. Segundo declarações de Iza Dezon, pesquisadora especializada em macrotendências comportamentais, relatadas pela revista FFW, a valorização nostálgica dos símbolos brasileiros na moda é algo local e não internacional, uma consequência estética do desejo de mudar os rumos políticos da nação: "voltar à camiseta brasileira significa voltar à atitude de orgulho nacional do passado, apesar do cenário político atual". Nesse sentido, a Nike lançou recentemente a coleção de camisetas da seleção brasileira com uma campanha intitulada 'Veste a Garra', com estrelas do esporte e ídolos da cultura pop pertencentes a polos políticos opostos. Como o jogador Ronaldinho, que participou de vários comícios de direita nos últimos anos, e MC Hariel que, assim como Djonga, é totalmente contrário às políticas do presidente Bolsonaro. Parece haver uma intenção comum de despolitizar as cores da bandeira a tempo da Copa do Qatar.

Por mais que o Núcleo Brasileiro em sua decadência ocidental seja mais uma tendência ostentada pelas it-girls sem muito retrospecto, portar a bandeira do país sem segundas intenções políticas ou ideológicas é involuntariamente parte da batalha diária dos próprios cidadãos brasileiros: trazer a bandeira de volta para simbolizar o Brasil.